TDAH e a Síndrome do Pato: Quando o Esforço é Invisível

Você já ouviu falar na Síndrome do Pato? O termo surgiu na Universidade de Stanford para descrever a realidade de muitos estudantes: por fora, parecem tranquilos e no controle, mas, por dentro, estão se esforçando intensamente para dar conta de todas as demandas acadêmicas e emocionais.

Essa metáfora também se aplica perfeitamente ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), especialmente em adultos. Muitas pessoas com TDAH passam a vida desenvolvendo estratégias para compensar suas dificuldades, o que pode dar a falsa impressão de que estão sempre "bem" — quando, na verdade, há um desgaste enorme nos bastidores.

O que acontece por baixo da superfície? Quem tem TDAH muitas vezes luta para manter o funcionamento diário sem que os outros percebam a intensidade desse esforço. Alguns desafios comuns incluem:

• Sensação de estar sempre devendo algo: dificuldade em priorizar tarefas e administrar o tempo gera uma constante preocupação com compromissos esquecidos ou prazos perdidos.
• Esforço desproporcional para coisas simples: atividades rotineiras exigem um nível de concentração e planejamento muito maior do que para outras pessoas.
• Hiperfoco compensatório: em algumas situações, há uma tendência a mergulhar intensamente em certas tarefas e negligenciar outras, criando um desequilíbrio na rotina.
• Exaustão mental: a necessidade de constantemente corrigir falhas na atenção, impulsividade e desorganização gera um desgaste emocional significativo.

Por que o TDAH pode passar despercebido? Muitos adultos com TDAH não foram diagnosticados na infância, pois os sintomas podem se manifestar de forma mais sutil ou serem atribuídos a "preguiça", "desorganização" ou "falta de esforço". Além disso, há um alto índice de comorbidades, como ansiedade e depressão, que podem mascarar os sintomas principais.

O que fazer? Se você se identifica com essa sensação de esforço invisível, saiba que o TDAH não precisa ser uma luta solitária. O diagnóstico adequado e estratégias personalizadas — que podem envolver psicoeducação, mudanças na rotina, terapia e, em alguns casos, medicação — fazem toda a diferença na qualidade de vida.

Cuidar da saúde mental é fundamental. Se você sente que está sempre "remando freneticamente" para acompanhar o ritmo normal do dia a dia, procure ajuda profissional para avaliar se esse esforço é esperado para situação ou se é um quadro de adoecimento psicológico. A vida não precisa ser um esforço constante.