Eletroconvulsoterapia
ELETROCONVULSOTERAPIA (ECT)
O que é Eletroconvulsoterapia?
É um tratamento biológico, seguro, eficaz e indolor, que consiste em induzir convulsões generalizadas através da passagem de corrente elétrica pelo cérebro.
Como surgiu a ECT?
Em 1934 um médico Ladislas von Meduna relatou um tratamento bem sucedido da catatonia e de outros sintomas de esquizofrenia com convulsões induzidas farmacologicamente. Nesta época não existiam opções de tratamento para Esquizofrenia.
Em 1938, Ugo Cerletti e Lucio Bini administraram o primeiro tratamento eletroconvulsivo.
O tratamento se mostrou muito eficaz, mas ainda apresentava algumas dificuldades como o desconforto dos pacientes e as lesões causadas pelas convulsões.
O grande progresso da técnica foi a administração de relaxantes musculares e de anestesia geral durante o procedimento. Desde 2002 o Conselho Federal de Medicina proíbe a aplicação de ECT no Brasil sem o uso de anestesia.
A ECT provavelmente é o tratamento mais polêmico que ainda está em uso na medicina. A má fama se deve principalmente ao desconhecimento da técnica, e a imagem que a mídia transmite do tratamento (procedimentos sem indicação adequada, sem anestesia, por vezes utilizada até como forma de castigo).
Hoje a ECT, após toda a evolução da técnica, é considerada um tratamento seguro, eficaz e indolor.
Quando deve ser indicada ECT?
Esse tratamento é indicado apenas após o paciente não responder ao tratamento com medicamentos (na dose e no tempo adequado), em casos de maior gravidade e maior mortalidade com necessidade de resposta rápida (como risco de suicídio elevado), e ainda em casos em que o risco do uso da medicação é alto, como em idosos, pacientes intolerantes a medicação e gestantes (sim! Pode ser realizado em gestantes, desde que haja indicação psiquiátrica precisa).
Quais doenças podem ser tratadas pela ECT?
A ECT começou a ser usada para tratar quadros graves de esquizofrenia. Sua eficácia foi comprovada anos mais tarde também no tratamento da depressão e outros transtornos afetivos. É o tratamento mais eficaz disponível para depressão, apesar disso sua aplicação é limitada a casos refratários aos medicamentos.
Como é realizado o tratamento?
Primeiramente é realizada a avaliação clínica prévia minuciosa, com exames clínicos, exames de imagem e laboratoriais.
Após o paciente ser considerado apto a passar pelo procedimento, e a orientação sobre a técnica, o procedimento é agendado em um ambiente hospitalar devidamente equipado. É necessário o consentimento por escrito do paciente para a sua realização. Envolve de duas a três sessões semanais (em um total de seis a 12), ao longo de duas a quatro semanas.
A aplicação da ECT é feita por meio de dois eletrodos, colocados na parte temporal da cabeça. O paciente é anestesiado antes do procedimento tem sua freqüência cardíaca e pressão arterial monitoradas.
Quais os efeitos colaterais?
Dor de cabeça (que melhora com analgésicos comuns) e alterações na memória, recuperada no prazo máximo de seis meses. Estes efeitos são leves e pouco freqüentes. Não causa danos no cérebro.
Quais os riscos?
Os riscos estão relacionados à anestesia. Podemos comparar ao risco de qualquer procedimento ambulatorial, como uma lipoaspiração. As complicações graves ocorrem em 1 a cada 100.000 procedimentos. Para maior segurança a avaliação prévia deve ser minuciosa.
Quais as contra-indicações?
A ECT é contra indicada em casos de infarto do miocárdio recente (até 6 meses), condições que aumentam a pressão intracraniana (tumores ou hematomas) e aneurisma cerebral ou sangramentos cerebrais ("derrames"). Pacientes com cardiopatia devem ser avaliados por um cardiologista para avaliar a possibilidade de serem submetidos ao tratamento.
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